Nas palavras antes da oração do Ângelus de hoje (28), o papa Francisco refletiu sobre as amarras que oprimem o homem e recordou que, quando elas aparecem, a pior coisa que se pode fazer é dialogar com o diabo porque sempre se perde. O papa incentivou a invocar Jesus, que vem libertar dessas opressões.
O papa disse que o Evangelho de hoje "apresenta Jesus libertando uma pessoa possuída por um 'espírito mau', que a dilacerava e a fazia gritar incessantemente".
Francisco disse às 20 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro que o objetivo do diabo é possuir as pessoas para acorrentar as suas almas. Recordou que algumas destas cadeias são os vícios, as modas dominantes que empurram o homem "para um perfeccionismo impossível, para o consumismo e o hedonismo", que o mercantilizam e distorcem as suas relações.
"E também há as tentações e os condicionamentos que minam a autoestima, a serenidade e a capacidade de escolher e amar a vida; há o medo, que nos faz olhar para o futuro com pessimismo, e a intolerância, que culpa sempre os outros; e há a idolatria do poder, que gera conflitos e recorre a armas que matam ou usa a injustiça econômica e a manipulação do pensamento", acrescentou.
Diante disso, o papa Francisco assegurou que "Jesus veio para nos libertar de todas essas amarras. E hoje, ao desafio do diabo que lhe grita: ‘O que queres [...]? Vieste para nos arruinar?", responde: ‘Cala-te, sai dele!’”
O papa recordou que Cristo "tem o poder de expulsar o diabo" e de libertar as pessoas do poder do mal. No entanto, destacou que Jesus "expulsa o diabo, mas não dialoga com ele".
"Jamais Jesus dialogou com o diabo. E quando foi tentado no deserto, as respostas de Jesus eram palavras da Bíblia, nunca o diálogo. Irmãos e irmãs, com o diabo não se dialoga! Cuidado: com o diabo não se dialoga, porque se você começar a dialogar, ele vence. Sempre. Cuidado", advertiu.
"O que podemos fazer quando somos tentados e oprimidos? Negociar com o diabo? Não, não se negoceia com ele. É preciso invocar Jesus: invocá-lo ali, onde sentimos as correntes do mal e do medo apertam mais forte", acrescentou.
O papa disse que "o Senhor, com a força do seu Espírito, quer repetir também hoje ao maligno: 'Saia, deixe em paz aquele coração, não divida o mundo, as famílias, as nossas comunidades; deixe-as viver serenas, para que ali floresçam os frutos do meu Espírito, não os seus. Para que entre eles reinem o amor, a alegria, a mansidão, e no lugar de violências e gritos de ódio, haja liberdade e paz’”.
Por fim, o papa Francisco convidou a se perguntar: "Quero realmente me libertar daquelas amarras que me apertam o coração? E depois, sei dizer ‘não’ às tentações do mal, antes que se insinuem na alma? Por fim, invoco Jesus, Lhe permito agir em mim, para curar-me por dentro?”.