Desconfiemos da vontade de onipotência que coloca sobre nossos ombros o peso de nossas vidas. Que orgulho imaginar, mesmo por um minuto, que estamos no controle de nossa própria existência! No nível espiritual, implica ter relegado Deus a uma expressão mínima. Que paz obteríamos, entretanto, devolvendo a providência divina ao seu devido lugar, como origem e objetivo de toda a vida. Eis o caminho para o sucesso na vida, baseado na confiança em Deus.
Deus precisa que nós façamos um espaço para Ele, para desejá-lo, para poder responder a nós. Em sua mensagem Quaresmal no ano 2014, o Papa Francisco nos convidou a aceitar nossa pobreza, lugar do poder de Deus: “Se considerarmos que não precisamos de Deus, que em Cristo ele nos dá a mão, porque pensamos que somos suficientes para nós mesmos, estamos caminhando num caminho para o fracasso”. Assumir os riscos e sair de nosso conforto ameno para permitir que Jesus Cristo nos sustente. Vamos mostrar aos nossos filhos que aceitamos o inesperado com confiança. Fortes como somos na certeza de que “tudo é graça”.
Num comentário do Evangelho, o Padre Raniero Cantalamessa comparava as nossas vidas com a dos apóstolos apanhados na tempestade: se não tivemos feito subir Cristo ao nosso barco, estamos perdidos. Assim como Tiago e João desafiaram a Deus, dizendo: “Mestre! Você não se importa se nos afogarmos?”Freqüentemente, recebemos os acidentes em nossas vidas como injustiças. Para os apóstolos aterrorizados, o Senhor respondeu: “Por que vocês estão com medo? Como vocês podem não ter fé?”. Façamos um ato de fé em Deus concordando em não entender tudo imediatamente. Tenhamos confiança “neste, que até o vento e o mar lhe obedecem”.
Como os discípulos do Evangelho de Marcos, vamos levar Jesus no barquinho de nossas vidas. Contar com Cristo é manter a fé nAquele que pode fazer tudo. Sua força nos permitirá enfrentar todas as tempestades, lutar contra todos os vendavais e, com Ele, chegar à outra margem. E não nos esqueçamos das palavras proferidas pelo Papa Francisco em janeiro de 2014: “A confiança no Senhor: esta é a chave para o sucesso na vida (…), e nunca desilude. Nunca, nunca!”.