Padre exorta a imitar o exemplo de São Tomé

Como explica Juan Carlos, o santo não tinha “as nuances de alguns intelectuais”, mas foi “direto ao cerne da questão, custe o que custar”.
15/07/2022 12:07
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Padre exorta a imitar o exemplo de São Tomé

Embora são Tomé seja conhecido pela sua "descrença" depois de ver Cristo ressuscitado, padre Juan Carlos Vásconez destacou uma série de virtudes do apóstolo que poucos católicos conhecem e que são exemplos de santidade.

Em declarações à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, padre Vásconez, do projeto 10 Min con Jesús, serviço que ensina a rezar com meditações diárias enviadas especialmente por WhatsApp, disse que o santo apóstolo está muito próximo de sua vida ministerial.

"Quando fui ordenado sacerdote, a primeira meditação que fiz em minha vida foi sobre são Tomé", disse ele, observando que, embora alguns retratem o santo como "melancólico", a realidade é que a Bíblia mostra que ele era um apóstolo "especialmente simpático".

"Os poucos dados que nos dão os Evangelhos revelam que são Tomé tinha uma personalidade muito humana e cheia de franqueza", e que "tanto os seus sucessos como as suas fraquezas mostram um homem claro e simples, um pouco rude, mas justo e nobre".

Como explicou Juan Carlos, o santo não tinha “as nuances de alguns intelectuais”, mas foi “direto ao cerne da questão, custe o que custar”.

“Isso fica muito claro quando ele aparece na passagem do Evangelho, onde ele encoraja outros a ir e morrer com Jesus. A reação dele não é a de um covarde”, lembrou.



Juan Carlos se referiu a quando Jesus decidiu viajar a Betânia para ver Lázaro e todos os apóstolos, exceto são Tomé, ficaram horrorizados e tentaram desanimá-lo, pois o local era perto de Jerusalém, de onde haviam fugido dias antes para impedir que Jesus fosse morto. “Vamos também morrer com ele”, disse são Tomé, segundo o relato de são João.

Em relação à famosa cena de “incredulidade”, padre Juan Carlos destacou a franqueza e lealdade do santo a Cristo e aos demais apóstolos.

"Seus próprios erros, a famosa descrença, nos revelam um homem que sofre em sua escuridão, mas que não se separa de seus amigos", disse ele.

O padre disse ainda que o apóstolo tem uma importante intervenção na Última Ceia, onde faz uma pergunta franca a Cristo.

A Bíblia narra que “Jesus vê os seus preocupados e diz-lhes: ‘Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e vos tomarei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. E vós conheceis o caminho para ir aonde vou’”, lembrou.

"É então quando Tomé intervém com ímpeto: 'Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?'", acrescentou.

O padre Juan Carlos explicou que quando são Tomé “pergunta sobre o caminho para seguir o Senhor, nota-se que o faz com sinceridade e não como uma vaga inquietação intelectual”.

“Mais uma vez fica claro o pouco entendimento que os apóstolos têm de Jesus, manifestado com a simplicidade de Tomé. Jesus diz que eles já estão suficientemente formados e já conhecem o caminho. Mas Tomé, e os outros com ele, dizem que não sabem e não entendem”, disse.

O padre afirmou que o santo também sofreu muito com a morte de Jesus por causa do grande amor que tinha por ele.

“Algo o deixa profundamente triste, porque Jesus disse que vai partir, vai deixá-los, mesmo que volte com dons muito bons. Tomé não quer se separar do Mestre que transformou sua vida de forma tão radical. Ele realmente o ama, mesmo que não o entenda completamente. Seu amor por Jesus é completo”, disse ele.

Além disso, ele deu uma possível explicação sobre por que o santo foi o último apóstolo a ver o Cristo ressuscitado. A “demora” do apóstolo “em voltar para os seus mostra a dor de quem está disposto a morrer por quem ama, mas que, na verdade, foi covarde e fugiu. Ele não sabe se perdoar e a dor o impede de voltar”, disse.

O padre Juan Carlos destacou ainda que mesmo os “silêncios” de santo Tomé “expressam algo de agradável, porque não se pronuncia quando não há nada a dizer, mas se necessário as suas palavras são de uma intensidade que não deixam ninguém indiferente”.

Esses traços do santo “revelam-nos um homem bom, ainda que tenha defeitos”, bem como “um homem duro e forte, simples e franco, fiel, que mesmo nos seus erros transmite a sua nobreza. Um santo atraente, que todos gostaríamos de imitar”, concluiu.

Fonte: https://www.acidigital.com/
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