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Social, cultural, ecológico e eclesial: estes são os quatro grandes sonhos que a Conferência Episcopal do Equador (CEE) tem para a Igreja e para o país. Os quatro projetos ideais estão contidos no Plano Pastoral 2020-2024, apresentado nestes dias.
Um longo documento que pretende ser “um quadro inspirador e um eixo transversal para as diversas atividades evangelizadoras” de todos os fiéis. Cada sonho é acompanhado de sugestões específicas para a ação pastoral.
Na esfera social, os bispos sonham com um Equador “de equidade e desenvolvimento, no qual os direitos de todos sejam respeitados, especialmente dos mais pobres e vulneráveis, cuja voz deve ser ouvida e cuja dignidade deve ser promovida”.
Um país no qual haja trabalho decente para todos, acolhimento para os refugiados e onde o câncer da corrupção seja erradicado. As ações pastorais relacionadas nesta área vão desde um fortalecimento da Caritas, à criação de projetos para o acolhimento e integração de migrantes, até a promoção da participação ativa dos católicos leigos na política.
O sonho cultural, por sua vez, vislumbra uma nação “multicultural” onde, “no respeito à laicidade” do Estado, “a contribuição da fé cristã na busca de uma sociedade mais humana” é reconhecida e onde “o colonialismo ideológico que destrói a família, mercantiliza as pessoas e nega a sexualidade biológica” é combatido. Neste sentido, se encoraja o fortalecimento das culturas indígenas, também através da difusão do Catecismo nos idiomas originais.
O terceiro sonho apresentado pela Conferência episcopal diz respeito ao ecológico: os bispos sonham com um Equador capaz de custodiar a Criação e a vida humana, que se opõe claramente à poluição e regula a exploração minerária.
Por esta razão, os prelados recomendam: um estudo aprofundado da Encíclica do Papa Francisco “Laudato si' sobre o cuidado da casa comum”, a promoção da defesa da Amazônia e a introdução do tema da ecologia integral na catequese, homilias e cursos de formação pastoral.
O sonho eclesial, por sua vez, diz respeito à criação de uma comunidade cristã “missionária”, isto é, capaz de testemunhar e proclamar a Boa Nova; “inculturada”, ou seja, com uma espiritualidade que deriva do que o Espírito suscita na realidade contemporânea; “ministerial”, isto é, uma comunidade na qual cada um, segundo sua vocação, é corresponsável pela evangelização; e, por fim, “solidária”, porque capaz de ajudar os mais vulneráveis.
Em nível pastoral – explica a Conferência episcopal – tudo isso implica uma maior atenção à evangelização do “mundo digital”, à promoção do diaconato permanente e ao fortalecimento da família “Igreja doméstica”.
Além dos quatro sonhos, o Plano Pastoral dos bispos do Equador também contém outras orientações mais gerais: por exemplo, facilitar o estudo e a difusão das Sagradas Escrituras através da Lectio divina; focalizar a formação dos pais e catequistas para que sejam cada vez mais testemunhas de uma vida de fé; promover o compromisso missionário da Igreja; criar espaços de diálogo ecumênico e inter-religioso; incrementar a formação dos fiéis na liturgia para que seja cada vez mais “inculturada, viva e alegre”.
E mais ainda: os prelados sugerem “promover a defesa da vida humana em todas as etapas, desde a concepção até a morte natural, com particular atenção às vítimas de aborto, eutanásia, violência doméstica e tráfico de pessoas”. Deve ser dada igual atenção à valorização dos pais como os primeiros educadores dos filhos, “sobretudo no campo da afetividade e da sexualidade”.
Ademais, com relação aos jovens, os bispos do Equador enfatizam a importância de promover iniciativas apropriadas para ajudá-los a viver melhor seu compromisso cristão, acompanhando-os em seu crescimento humano e espiritual, assim como no discernimento de sua vocação e missão na Igreja e na sociedade.
A Conferência Episcopal do Equador também espera uma maior integração dos movimentos e associações de leigos na Igreja local e convida os bispos a aumentar a “fraternidade, comunhão e solidariedade episcopal”, a fim de favorecer a sinodalidade e a missionariedade. É dada ênfase específica à formação integral de sacerdotes e diáconos permanentes, assim como ao acompanhamento das vocações.
Ao mesmo tempo, os bispos esperam uma maior integração das culturas indígenas na missão da Igreja e pedem o fortalecimento da Pastoral educacional católica “como resposta ao direito dos pais de educar seus filhos de acordo com suas próprias convicções éticas e espirituais”.
Duas outras sugestões pastorais da Conferência episcopal dizem respeito, em primeiro lugar, à valorização da Caritas para “o desenvolvimento de projetos assistenciais e de promoção humana que respondam às necessidades dos mais pobres, para que sejam sujeitos de evangelização e justiça social”, enquanto que o último ponto se refere à comunicação: nesta área, os bispos esperam que se possam gerar comunhão e verdadeira informação, de modo a fortalecer a ação evangelizadora da Igreja no Equador.
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