Dia Mundial da Criança: a ameaça da pandemia no presente e futuro

O Papa Francisco escreveu em seu tuíter uma importante mensagem para a proteção de todas as crianças. Neste dia, o UNICEF recorda das consequências da pandemia para as crianças com um relatório intitulado "Evitando uma geração perdida por causa da Covid", publicado para esta ocasião
20/11/2020 10:11
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Dia Mundial da Criança: a ameaça da pandemia no presente e futuro

Vatican News

Na manhã desta sexta-feira (20), Dia Mundial da Criança e do Adolescente convocado pelo UNICEF, a agência da ONU para a Infância, o Papa Francisco, escreveu na sua conta no tuíter:

“Toda criança precisa ser acolhida e defendida, ajudada e protegida desde o ventre materno”

A importância desse apelo é explicada pela situação dos menores e adolescentes em todo o mundo, que piorou com a pandemia. Os dados do Unicef mostram não apenas que as crianças podem adoecer e espalhar a doença, mas também que a propagação da Covid-19 a longo prazo terá um forte impacto na educação, nutrição e bem-estar de crianças e adolescentes e poderá afetar a vida futura de toda uma geração. Enquanto o mundo tenta vencer a batalha contra o vírus, os serviços básicos estão sendo interrompidos e os índices de pobreza estão aumentando, o que está afetando significativamente o desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Relatório catastrófico

O relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância que este ano tem como título: “Evitando uma geração perdida pela Covid", aponta que dos 25,7 milhões de casos relatados, 1 em cada 9 é uma criança ou adolescente com menos de 20 anos de idade; 33% dos estudantes matriculados no mundo inteiro foram afetados pelo fechamento de escolas em 30 países. Mas o número mais alarmante segundo estimativa do Unicef é que dentro de um ano o número de crianças mortas poderá aumentar em 2 milhões devido à interrupção dos serviços de saúde e pelo aumento da desnutrição; no entanto, em 2020, outras 6-7 milhões de crianças com menos de 5 anos poderão sofrer de desnutrição aguda, o que poderá aumentar a mortalidade infantil especialmente na África subsaariana e no Sul da Ásia. Além disso, devido à pandemia, aumentou em 15% - ou seja, 150 milhões - o número de crianças na pobreza multidimensional, ou seja, sem acesso à educação, saúde, moradia, nutrição, saneamento ou água.

Agir agora

O Unicef afirma que é preciso agir agora. Para a chefe da agência, Henrietta Fore, os governos têm que priorizar as crianças mais marginalizadas e as famílias com uma expansão rápida de sistemas de proteção social incluindo transferência de dinheiro, benefícios para a criança, oportunidades de ensino a distância, serviços de saúde e merenda escolar. A agência da ONU defende que fazer esses investimentos agora poderá ajudar os países a se preparem para choques no futuro.

Redobrar os esforços

Enquanto que Andrea Iacomini, porta-voz do UNICEF na Itália, sugere: "Em resposta a esta crise pedimos aos governos e parceiros que assegurem que todas as crianças possam buscar garantia e acesso a serviços nutricionais e de saúde. Ou seja, tornar as vacinas acessíveis, apoiar a saúde mental das crianças, proporcionar-lhes educação e procurar superar a divisão digital, aumentar o acesso à água potável, procurar reverter o aumento da pobreza infantil, assegurar uma recuperação inclusiva para todos e redobrar os esforços para apoiar as crianças em áreas de conflito, desastre e deslocamento. Na verdade, pedimos cada vez mais aos governos e parceiros e ao setor privado para que os escutem e priorizem o que as crianças têm a nos dizer. 

Fonte: http://www.vaticannews.va/pt