Beneditinos, três séculos de presença em Campos

Presença dos monges em Campos dos Goytacazes desde 1648 e foram os desbravadores da fé católica na região. Frei Fernando foi o primeiro a pisar a terra campista e iniciou a missão sendo reconhecido como o pioneiro religioso a iniciar o processo de desenvolvimento das comunidades nas cidades de Campos e São João da Barra. O Mosteiro de São Bento é uma das mais imponentes construções do século XVII, considerada uma relíquia do chamado barroco tardio.
15/10/2020 13:10
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Beneditinos, três séculos de presença em Campos

Ricardo Gomes – Diocese de Campos

Em 1648 inicia na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ) a presença dos monges beneditinos na região. Frei Fernando veio para receber as terras doadas à Ordem de São Bento, já presente na cidade do Rio de Janeiro. E este ano em que completa 372 anos de presença monástica, dom Bernardo Queiroz está resgatando as histórias do legado da ordem religiosa. Administrador do Mosteiro na localidade de São Bento o religioso está iniciando a desbravar nas comunidades e resgatando a mística monástica do silencio e da contemplação.

“Nossa presença em Campos  de quase 400 anos vai muito além de uma presença física. Com ela, foi expandida a espiritualidade beneditina e também a expansão da fé católica através da construção de igrejas, capelas, oratórios, tanto em Mussurepe quanto no Farol. A irradiação beneditina alcançou as pessoas em geral, despertando um novo olhar para a educação, o trabalho agrícola, o cultivo da arte, as relações familiares, os valores humanos e morais”, revela o abade Filipe Silva.

Dom Bernardo Queiroz - Administrador do Mosteiro

Dom Bernardo Queiroz - Administrador do Mosteiro

Dom Bernardo Queiroz desde sua chegada a Campos iniciou um projeto de resgatar um pouco das historias construídas ao longo dos séculos. Famílias que relatam um legado de fé, de cultura e da mística. Recordações de religiosos que deixaram marcas na vida das comunidades. Os monges  alemães dom Bonifacio Plum e dom Fidelis Widmer são lembrados pela construção de igrejas e pelas obras educacionais na Baixada Campista. E nestes quase quatro séculos o tempo é de recuperar narrativas e as lembranças das famílias.

Resgatar historia e a arte original

Dom Bernardo Queiroz iniciou tentando resgatar um pouco da arte original destruída num incêndio em 1965. Segundo relatos, as imagens de São Bento, Santa Escolástica e Nossa Senhora do Rosário eram em madeira. O sonho do religioso é conseguir refazer respeitando o original. Fotos antigas mostram o trabalho em talha de madeira do altar e as imagens. O tempo é de refazer um pouco desta arte. Um trabalho que exige dedicação e pesquisas. dom Bernardo relata um pouco dessa trajetória de fé e de cultura.

Mosteiro de São Bento

Mosteiro de São Bento

“Durante este tempo foram construídas 34 capelas e colégio, na baixada campista pelos antigos monges. Os monges se desdobravam para atender os fieis realizando batizados, casamentos, dando-lhes a assistência espiritual necessária. Muitas fábulas foram construídas em torno do Mosteiro de São Bento, ao longo dos séculos. Estas reminiscências da cultura da  baixada Campista até hoje estão enraizadas no âmago do povo de Campos, e constituem um patrimônio real da memória do povo. Festas, relatos preservam este arquivo fantástico que conta a influência dos beneditinos na formação do povo campista da baixada e tornam o Mosteiro de São Bento, em Mussurepe, uma referência histórica, religiosa, pólo irradiador de cultura de maior relevância para os campistas", – disse dom Bernardo.

Fotos: Silvana Rust (Jornal Terceira Via) e Antônio Leudo

Fonte: http://www.vaticannews.va/pt
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