Cáucaso: apelo pela paz dos líderes das Igrejas em Jerusalém

"Mais uma vez, pessoas inocentes são as principais vítimas dos horrores da guerra". Escrevem os líderes das Igrejas em Jerusalém em um caloroso apelo para que acabem com a guerra na região de Nagorno-Karabakh fronteira entre o Azerbaijão e a Armênia
05/10/2020 09:10
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Cáucaso: apelo pela paz dos líderes das Igrejas em Jerusalém

Vatican News

Patriarcas e líderes da Igreja em Jerusalém pedem aos líderes europeus, aos presidentes da Rússia e dos Estados Unidos e ao Secretário-Geral das Nações Unidas que intervenham para acabar com as hostilidades e a violência na região de Nagorno-Karabakh fronteira entre o Azerbaijão e a Armênia.

O aumento da violência agrava as divisões

Em uma declaração eles apelam para que todas as pessoas influentes trabalhem por um cessar-fogo imediato e negociem uma paz duradoura. "Mais uma vez, pessoas inocentes são as principais vítimas e muitos homens, mulheres e crianças estão desalojados por causa dos horrores da guerra", escrevem os patriarcas e chefes das Igrejas de Jerusalém que expressam suas condolências àqueles que sofreram o luto e invocam a Deus pela cura dos doentes. "O aumento da violência", acrescentam, "só pode agravar as divisões na região de Nagorno-Karabakh entre a Armênia e o Azerbaijão". Por fim, a declaração convida à reflexão sobre as palavras do profeta Isaías (2,4): "Deus julgará as nações, ele corrigirá a muitos povos. Eles quebrarão as suas espadas, transformando-as em relhas, e as suas lanças, a fim de fazerem podadeiras. Uma nação não levantará espada contra a outra, e nem se aprenderá mais a fazer guerra”.

A disputa pela região de Nagorno-Karabakh

A tensão no Cáucaso é alta com confrontos entre o exército do Azerbaijão e os armênios que moram na conturbada região de fronteira de Nagorno-Karabakh. Os combates, segundo reporta a mídia local, começaram ao amanhecer do domingo (27/09) causando grande número de vítimas. As duas ex-repúblicas soviéticas travaram uma guerra sangrenta nos anos 90, que custou a vida de 30 mil pessoas. Desde 1994 está em vigor um acordo de cessar-fogo entre os dois países que, porém, nunca alcançaram a paz, apesar da mediação dos Estados Unidos, da França e da Rússia através do chamado Grupo de Minsk. 

Aumentam os combates e o temor pela população civil

Segundo a agência de notícias AGI nesta segunda-feira (05) continuam os combates na região de Nagorno-Karabakh que tiveram um violento aumento desde a última sexta-feira (02). As acusações provêm de ambas as partes, segundo o governo azero as forças armênias bombardearam Ganja, cidade do Azerbaijão. Enquanto há notícias de mortos e feridos civis tanto em Stepanakert como na histórica cidade de Shusha. O Ministro das Relações Exteriores armênio acusa o Azerbaijão de "visar deliberadamente alvos civis".

Fonte: http://www.vaticannews.va/pt
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