Uma história de perseverança e fé

Leigo completa 50 anos à frente de serviços pastorais em paróquia de Cascavel
08/07/2024 08:07
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Uma história de perseverança e fé

O eletricista e morador do Parque São Paulo, Paulo Avelino Micoanski, 68 anos de idade, dedicou a maior parte da sua vida como leigo da Paróquia São Paulo Apóstolo, e sente muito orgulho pela história que escreveu junto à sua igreja.

Ele conta que tudo começou em 1974, quando mudou-se de São Salvador, interior do município, para a cidade. De início ingressou no movimento jovem da paróquia. Moço muito tímido, simples e cheio de dificuldades para ler e escrever, usou da sua força de vontade para superar os entraves e ajudar em tudo o que precisava na comunidade. “Lembro-me que uma jovem me ensinou a ler, pois sequer sabia pontuar as leituras. Até que um dia fiz as preces em uma missa, coordenada pelo sr. Ugo Pezzine, pai do nosso Manuel Pezine”, conta.

Foi só o começo. A partir desse dia continuou participando, aprendendo e ganhando confiança em si mesmo. O Pároco ainda era o Pe. Luiz Louise, o qual notava o seu esforço e o apoiava, quando percebia que o jovem precisava de ajuda. “Chegou uma época que o padre sempre me chamava para auxiliá-lo, pois via meu esforço e sabia que eu estava sempre pronto para ajudar, fosse no grupo de jovens, nas missas, novenas, enfim, o que precisasse, embora tivesse apenas 18 anos”.  Em 1977 Paulo foi fazer o Treinamento de Liderança Cristã e a partir de então passou a assumir coordenações nas pastorais da paróquia.

Começou como vice coordenador na Pastoral do Batismo, depois assumiu a coordenação da Pastoral Familiar e do Cursilho, onde permaneceu à frente por décadas.

Apesar de estar presente em todos os eventos do grupo de jovens e da Igreja, não foi ali que Paulo encontrou sua outra metade. Ele estudava no Colégio Eleodoro Ebano Pereira. Ali conheceu Eroni Luzia de Souza, que se tornou sua namorada e esposa. Se casou em 1980. O casal tem três filhos: Marcos Luiz, Marcelo Roberto e Angélica. E também três netos: Keven Eduardo, Louise Elena e Apollo.

Mas o casamento que trouxe alegria ao seu Paulo Avelino, trouxe preocupação ao Pe. Luiz, pois com a mudança para outro bairro, o XV de novembro, ele deixaria de ajudar nos serviços pastorais da paróquia.

Na verdade, isso não chegou a acontecer, pois embora com menor frequência, continuou ajudando e um ano depois estava de volta morando no Parque São Paulo, ainda que colaborando com menos intensidade, pois estava casado e com filhos. “Mas o Pe. Luiz não desistiu de mim, insistiu e me deu forças para voltar a assumir os serviços paroquiais.”

Assim, além de atuar na paróquia, Paulo assumiu o cursilho, onde realizou muitas ultreias, encontros e avaliações. Paulo Avelino conta que foi ganhando cada vez mais confiança para falar no microfone e ao mesmo tempo se especializando em cursos como o de Fé e Política; Teologia para Leigo; Inteligência Espiritual, e, Pensamento Neuro Linguístico, além de participar por diversas vezes da Semana Teológica”.  A esposa Eroni conta que não gostava e não tinha a mesma disposição que o marido para atuar nas pastorais, mas afirma que nunca o impediu de ir, pois sabia que estava trabalhando para a Igreja.   

Cheio de versatilidade e dom, ele também aprendeu a tocar violão só para poder ajudar a tocar e cantar nas missas. “O violão me ajudou muito nas atividades paroquiais, pois também toco no terço dos homens, nas ultreias e faço animação nas capelas”, conta.

Ao longo desse tempo, Paulo viu os filhos crescer e se casarem. “Hoje moram em outras cidades, o que fez com que diminuíssemos a participação nos serviços pastorais, mas, ainda participo quando possível, assim como do cursilho e ultreias. Nas quartas-feiras, das 13h30 às 15h vou tocar violão no Abrigo São Vicente de Paula, onde faço a alegria dos idosos”.

Enfim, lá se vai meio século de atuação paroquial e muitos serviços prestados à comunidade do bairro Parque São Paulo. Uma jornada cheia de boas lembranças, muitos amigos conquistados nos trabalhos e eventos paroquiais, e a alegria de poder servir à Deus e às pessoas necessitadas.  

Uma história que, aliás, serve de inspiração para os jovens e leigos que podem e têm disposição para colaborar nas pastorais paroquiais de nossa Arquidiocese.   

Fonte: Revista Nossa Senhora Aparecida
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