O Tríduo Pascal e a Páscoa de Jesus Cristo - por Dom Adelar Baruffi

05/04/2023 10:04
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O Tríduo Pascal e a Páscoa de Jesus Cristo - por Dom Adelar Baruffi


Celebramos a Páscoa do Senhor. Faremos isso em três dias, que chamamos de Tríduo Pascal. Preparamos nossa Páscoa desde o dia da Quarta-Feira de Cinzas, quando nos apresentamos numa Igreja e apresentamos a cabeça para receber a imposição das cinzas. Daí já se foram a nossa Quaresma, nossos quarenta dias, cheios de oração, jejum e penitência e a liturgia carregada de muitos símbolos. Agora, por três dias, queremos celebrar tudo isso, com nosso coração engrandecido. Fiquemos despertos. É dia de rezar bastante. Afinal, o Senhor foi morto e ressuscitou!

            O Tríduo Pascal inicia na Missa Vespertina da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa. O evangelho será sempre aquele de Jo 13,1-15, que fala de Jesus Cristo, que lava os pés dos apóstolos. “Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). E Jesus lava os pés dos onze que estão com ele. Este texto nos convida a refletir sobre o sentido da Eucaristia, do sacerdócio e do amor fraterno. Depois de distribuir a eucaristia aos fiéis, os ministros são convidados a limpar o altar. Levamos para outro lugar o Cristo presente na Eucaristia e, no silêncio, sem rezar em voz alta, rezamos a Deus. 

            O segundo dia do Tríduo Pascal é a celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-feira da Semana Santa. Sempre se celebra às quinze horas, no momento em que Ele deu sua vida por nós! Não há celebração da eucaristia neste dia. Tudo em silêncio. É dia de jejum. Os bispos, padres e diáconos entram em procissão e, diante do altar, se prostram no silêncio. Depois, temos as leituras, que são profundas e significativas. Seguem-se a Oração Universal. Ainda, temos o momento da “Adoração da cruz”. Aqui o presidente da celebração canta: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo!” E todo o povo responde: “Vinde, adoremos”. É o momento da celebração e adoração da cruz de Cristo, que deu sua vida por nós. Enfim, temos a comunhão eucarística, que se arruma o altar para esta finalidade. Depois o altar volta à sua normalidade. Este é um dia diferente, de mais silêncio, de maior oração e, nosso coração deve estar mais aberto a perdoar tudo o que for necessário. 

            O terceiro dia, o “Grande Sábado” ou Vigília Pascal na Noite Santa, recordemos Jesus Cristo que ressuscita. Já é noite! “Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos” (Antiga homilia do Grande Sábado Santo). Vivemos o sábado, em primeiro lugar, silencioso. Tudo nos fala muito. Antes de tudo, iniciamos fora da Igreja. Faz-se o acendimento do Círio Pascal, acompanhado das velas, com três vezes sendo cantado: “Eis a luz de Cristo!” e o povo responde: “Demos graças a Deus”. Depois, temos uma série longa da liturgia da palavra, são nove leituras e nove salmos diferentes. Fazemos com calma, sem pressa. Depois, temos a Liturgia Batismal, caso tenham sido preparados. Ainda a Bênção da Água Batismal. Depois, solenemente, elevamos a Deus Pai, nossa gratidão, pela Liturgia Eucarística. Hoje, é dia de Páscoa! 

            No dia seguinte, o Domingo da Páscoa, todos devem ir à missa. Ninguém pode faltar. É dia do Senhor. Feliz e abençoada Páscoa!

Dom Adelar Baruffi

Arcebispo Metropolitano de Cascavel

Fonte: https://arquicascavel.org.br/
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