Jesus perdoa os pecadores, por Dom Adelar Baruffi

10/03/2023 12:03
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Jesus perdoa os pecadores, por Dom Adelar Baruffi



Jesus perdoa os pecadores

            Em Cafarnaum, dirigindo-se a um paralítico, que lhe fora apresentado, Jesus disse: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (Mc 2,5). Alguns, dos que estavam lá, se escandalizaram: “Por que esse homem fala assim? Está blasfemando! Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (Mc 2,7). As palavras de Jesus, consideradas como blasfemas, causaram desconforto e desprezo por parte dos doutores da lei. Com efeito, o perdão dos pecados era considerado um privilégio de Deus e somente dele. Só Ele perdoava. Era absolutamente critério de Deus, o Único a perdoar. Neste momento, da cura do paralítico, a multidão ficou admirada e louvou a Deus: “Nunca vimos coisa assim” (Mc 2,12). As palavras do Senhor, ao paralítico, no seu perdão e sua cura repentina, a multidão o reconhece como somente ele. Aí está o Senhor! Esta experiência tem que imensidão? A gratuidade, a luz, a verdade, a regeneração, a comunhão e a admiração. Esta é a profundidade desta experiência cristã.

            É experiência de gratuidade. O perdão dos pecados só pode ser invocado. Ele é um dom que atinge o homem por meio de Cristo. Tudo pecado nos é perdoado em Jesus crucificado e ressuscitado. Sim, a misericórdia é infinitamente gratuita.

            É experiência de luz. A misericórdia de Deus, o Salvador, é recolhida e estendida a cada um, em particular. Depende de cada pessoa humana, se confessar seus pecados. Aí sim, teremos uma experiência de luz. Esta, bem vivida, é uma das experiências mais marcantes da confissão: somos luz de Deus para o mundo!

            É experiência de verdade. Sempre que entramos numa Igreja, vemos com nossos olhos o Jesus Crucificado. Esta Reconciliação demonstra que existe indubitavelmente um mistério do mal que nos supera. Sempre precisamos cultivar a verdade diante de Cristo.

            É experiência regenerante, pois renova a graça do Batismo. Consagra como um empenho pessoal nossa dedicação na conversão. Ele sempre nos acompanha no nosso seguimento de Jesus Cristo, a cada dia de nossa vida. Sempre é hora de renovar o Batismo. 

            É experiência de comunhão. O perdão de Deus oferece ao pecador nunca é uma realidade somente individual. Sempre tem a presença de mais alguém. Este alguém é muito importante para todos nós. De fato, a graça superabundante se chama “amar”, olhar para o outro, ao invés de ver a si mesmo.

            É experiência de admiração. A comunhão do crucificado e do ressuscitado faz com que nos voltemos ao pessoal e ao comunitário em nossa vida. Não pode ser separada do que ele nos oferece a cada momento, a admiração agradecida. “Nunca vimos coisa assim” (Mc 2,12), disseram em Cafarnaum.

Dom Adelar Baruffi

Arcebispo Metropolitano de Cascavel

Fonte: https://arquicascavel.org.br/
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