55º Dia Mundial das Comunicações Sociais

A Igreja Católica celebra neste domingo dia (16), o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS).
17/05/2021 04:05
6 minutos de leitura
55º Dia Mundial das Comunicações Sociais

A Igreja Católica celebra neste domingo dia (16),  o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS). A Mensagem do Papa Francisco para este ano é “Vinde e verás” (Jo 1,46) – Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”.


A Mensagem deste ano é muito importante, não só porque foi escrita no contexto dos efeitos de uma pandemia, mas porque está marcada com um olhar transparente do Papa Francisco, olhar que conhece a humanidade e que não receia o uso das palavras, nem o impacto das imagens por elas criadas. Olhar que não se desvia nunca da pessoa de Jesus, que o coloca no centro de tudo o que lemos, ouvimos e que nos pede constantemente conversão. Um olhar que critica com objetividade, mas que é capaz de se traduzir em palavras de apoio, de encorajamento.


O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi instituído durante o Concílio Vaticano II e publicado no Decreto Conciliar Inter Mirifica (n. 18).


Agradecimento pela coragem de muitos jornalistas


O próprio jornalismo, como exposição da realidade, requer a capacidade de ir aonde mais ninguém vai: mover-se com desejo de ver. Uma curiosidade, uma abertura, uma paixão. Temos que agradecer à coragem e determinação de tantos profissionais (jornalistas, operadores de câmara, editores, cineastas que trabalham muitas vezes sob grandes riscos), se hoje conhecemos, por exemplo, a difícil condição das minorias perseguidas em várias partes do mundo, se muitos abusos e injustiças contra os pobres e contra a criação foram denunciados, se muitas guerras esquecidas foram noticiadas. Seria uma perda não só para a informação, mas também para toda a sociedade e para a democracia, se faltassem estas vozes: um empobrecimento para a nossa humanidade.


Numerosas realidades do planeta – e mais ainda neste tempo de pandemia – dirigem ao mundo da comunicação um convite a «ir e ver». Há o risco de narrar a pandemia ou qualquer outra crise só com os olhos do mundo mais rico, de manter uma «dupla contabilidade». Por exemplo, na questão das vacinas e dos cuidados médicos em geral, pensemos no risco de exclusão que correm as pessoas mais indigentes. Quem nos contará a expetativa de cura nas aldeias mais pobres da Ásia, América Latina e África? Deste modo as diferenças sociais e económicas a nível planetário correm o risco de marcar a ordem da distribuição das vacinas anti-Covid, com os pobres sempre em último lugar; e o direito à saúde para todos, afirmado em linha de princípio, acaba esvaziado da sua valência real. Mas, também no mundo dos mais afortunados, permanece oculto em grande parte o drama social das famílias decaídas rapidamente na pobreza: causam impressão, mas sem merecer grande espaço nas notícias, as pessoas que, vencendo a vergonha, fazem a fila à porta dos centros da Cáritas para receber uma ração de víveres.


Há mais de dois mil anos que uma corrente de encontros comunica o fascínio da aventura cristã. Por isso, o desafio que nos espera é o de comunicar, encontrando as pessoas onde estão e como são.


“Senhor, ensinai-nos a sair de nós mesmos, e partir à procura da verdade. Ensinai-nos a ir e ver, ensinai-nos a ouvir, a não cultivar preconceitos, a não tirar conclusões precipitadas. Ensinai-nos a ir aonde não vai ninguém, a reservar tempo para compreender, a prestar atenção ao essencial, a não nos distrairmos com o supérfluo, a distinguir entre a aparência enganadora e a verdade. Concedei-nos a graça de reconhecer as vossas moradas no mundo e a honestidade de contar o que vimos.”


Por: Jessica de Lima Santos, Jornalista.

Pastoral da Comunicação Arquidiocesana de Cascavel 

Fonte: Vaticano News// Agência Ecclesia