Maternidade: serviço sacrificado e comunhão com Deus

Antes de iniciar este texto, quero dar meus parabéns a todas as mulheres que se decidiram pelo amor, entrega, e serviço da maternidade! Mas afinal, o que é ser mãe?
09/05/2021 03:05
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Maternidade: serviço sacrificado e comunhão com Deus

 Por: Laura Maria Arges

Antes de iniciar este texto, quero dar meus parabéns a todas as mulheres que se decidiram pelo amor, entrega, e serviço da maternidade! Mas afinal, o que é ser mãe?

A maternidade é a máxima expressão da feminilidade da mulher, porque ela comporta uma comunhão especial com o mistério da vida, participando da obra criadora de Deus, e refletindo o amor com que Ele mesmo, no mistério da geração eterna das Pessoas Divinas, Se ama em Sua própria intimidade. Somente a mulher, em toda a criação, foi escolhida por Deus para gerar, em si, uma alma, uma pessoa humana, imagem e semelhança daquEle que é o Autor da vida! Como amplia São João Paulo II, em sua carta apostólica Mulieris Dignitatem, o dom recíproco da pessoa no matrimônio abre-se para o dom de uma nova vida, e assim, “A maternidade implica desde o início uma abertura especial para a nova pessoa: e precisamente esta é a « parte » da mulher. Nessa abertura, ao conceber e dar à luz o filho, a mulher « se encontra por um dom sincero de si mesma ».” 

Um dom de si aos seus. A mulher é como o sol da casa, que não somente ilumina, mas aquece o lar com a sua presença, cuidado e amor. Como mãe e esposa, carrega consigo um serviço sacrificado, uma grandiosa resposta de amor a Deus, oferecendo a Ele sua missão, sua entrega diária, suas noites mal dormidas, as louças e roupas acumuladas, as crianças gritando pela casa, o corpo dolorido e cansado, as tarefas, estudos ou leituras atrasadas, a atenção à cada filho, e cada momento de seu dia, que  é doado aos seus, e abandonado Àquele que lhe dará o único sustento para perseverar. Eis aí a receita de uma vida santa. O que nos sucede em cada momento, por ordem de Deus – desde nossas obrigações às contrariedades que Ele nos envia – é o que há de melhor, mais divino e santo para nós! Portanto, a maternidade é um grande instrumento de amor, fidelidade e submissão à vontade de Deus. 

Como se evidencia, grandes mulheres da igreja – entre elas: Santa Gianna, Santa Zélia Martin, Santa Mônica – foram canonizadas justamente por sua entrega em sua vida ordinária, em sua paciência e fortaleza nos sofrimentos e tribulações, em sua união à Cristo nas dores e no cansaço, na educação de seus filhos à uma vida santa, na esperança e alegria do céu, e principalmente, na comunhão com Deus, nosso refúgio e segurança. Mas e hoje? Como poderão as mães viver de tal modo e se santificarem? Certamente, ao seu redor, você deve conhecer mulheres que se comprometeram com tamanho dom de si, para a família, no trabalho, com os filhos... De onde vem a sua força? De onde vem tanto tempo, tranquilidade e alegria indestrutíveis para lidar com algo tão impossível? Da Graça e da força que vêm de Deus. Pois, é somente a Vida divina a força geradora dos atos de amor. Fora desta união, não existe verdadeira maternidade! É pelos sacramentos, pela vida de oração, pela convivência com o Santíssimo que, mesmo nessa vida, experimentamos um pedaço da eternidade, e gozamos de sua alegria. 

Querida mãe que lê este pequeno texto, eu não tenho experiência alguma com a maternidade, mas convivo com o exemplo de grandes mulheres, especialmente a minha própria mãe, que um dia decidiu se entregar a Cristo. E eu como filha, colho os frutos, a cada dia, do seu sim diário de amor por nós. Jamais se esqueça que o verdadeiro amor, não teme DAR a vida! Por isso, não tenha medo de sair de si, amar e servir aos seus, porque o próprio Deus será a sua recompensa! Temos a frente de nós, mulheres, o maior exemplo de Mãe! Assim como o coração auxilia nossos órgãos e lhes dá a condição de funcionar, assim também é a colaboração da Virgem Maria para conosco. Ela guia e inspira todas às mães com o seu fiat: “faça-se em mim o que DEUS quiser!”, Basta que aceitemos seu refúgio e cuidado maternal. Feliz dia das mães! Que Deus sustente sempre o seu sim e a sua vocação! 


Laura Maria Arges, acadêmica de psicologia e adepta a logoterapia.

Fonte: https://arquicascavel.org.br/