De Portugal para o Brasil: a devoção a N. S. da Luz dos Pinhais

Nossa Senhora da Luz, padroeira de Curitiba, traz em seu nome um convite a nos aproximarmos de Jesus
08/09/2020 11:09
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De Portugal para o Brasil: a devoção a N. S. da Luz dos Pinhais

No dia 8 de setembro, celebramos o Dia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Então, quero aproveitar esta data para contar um pouco sobre a origem da devoção da padroeira da capital paranaense.

A história de Nossa Senhora da Luz teve início no século XV, com a graça concedida ao navegante português Pero Martins, que, após recorrer com fé ao auxílio da Mãe de Deus, livrou-se do cativeiro imposto por piratas árabes. A partir de então, a devoção à santa ganhou força e de Portugal veio para o Brasil, espalhando-se por todo o território nacional.

Sua entrada se deu em terras paranaenses. Segundo uma lenda atribuída aos povoadores dos campos de Curitiba, a primeira capela em homenagem a Nossa Senhora da Luz foi erguida às margens do rio Atuba, no Vilarinho dos Cortes, acampamento de sertanistas caçadores de ouro. Ao notarem que a imagem da santa tinha o olhar voltado para os campos aos quais os tupis chamavam Curitiba (Pinhais), região então dominada pelos índios caingangues, decidiram partir para conquistar o sítio indicado por sua padroeira sinalizadora, prontos para uma árdua batalha.

Nossa Senhora, antevendo o que ocorreria, sorriu. Surpreendentemente, os nativos não resistiram nem quiseram lutar, acolhendo os sertanistas de forma generosa e cordial. Os arcos foram lançados ao chão pelos indígenas em sinal de paz. Uma cuia de mate, símbolo da hospitalidade, foi oferecida ao chefe dos caingangues para, logo depois, ser compartilhada com todo o grupo de guerreiros brancos.

A Virgem, na sua modesta capelinha, novamente sorriu. Por fim, o chefe índio, revestido com toda a autoridade de seus ancestrais, marcou com o bastão dos caingangues o local em que os brancos deveriam fundar seu povoado, dizendo: “Tá! Tati kéva.” (“Aqui! Aqui é o lugar.”) Em seguida, partiu rumo à floresta com todos os seus seguidores, deixando aos “novos moradores” o desafio e a responsabilidade de cuidar da terra conquistada.

E Nossa Senhora sorriu pela terceira vez, certa de que sua missão estava cumprida: o milagre da paz, da cordialidade e da conquista dos sítios dos pinhais, origem de Curitiba.

Nossa Senhora da Luz, padroeira da arquidiocese de Curitiba, traz em seu nome um convite a nos aproximarmos de Jesus, uma vez que Ele mesmo afirmou sobre si: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12).

Na catedral basílica que leva o mesmo nome da santa, está uma belíssima imagem, a terceira de uma série, entronizada em 1640, que há muito me chama a atenção. Muitos especulam o que Nossa Senhora tem na mão esquerda; alguns dizem ser uma vela, outros acreditam tratar-se de um cetro de luz, mas não importa. É na sua mão direita que está a verdadeira Luz, o mais poderoso sinalizador, que é o próprio Menino Jesus, apresentado a todos nós como o caminho a seguir.

Assim ela fez com o desbravador português Pero Martins, em meados de 1463, aparecendo-lhe em sonho durante trinta dias consecutivos com extraordinária luz de consolo, esperança de livramento do cativeiro. O fato repetiu-se em meados de 1648, quando a imagem de Nossa Senhora da Luz, transportada pelos portugueses até as terras paranaenses, apontou para os campos de um sítio que hoje se chama Curitiba.

De fato, a história da participação de Nossa Senhora da Luz na fundação da cidade merece ser estudada e conhecida, lembrando que também vale invocar esta santa milagrosa nos momentos mais desesperadores, para que a esperança, tal qual uma luz no fim do túnel, possa surgir.

Quando nos encontramos perdidos, numa situação de escassez de forças físicas ou de recursos materiais, todo esforço realizado deve ser muito bem-calculado, sob pena de resultar num fim trágico, por isso temos de contar com o poder de guia da Mãe de Deus, Nossa Senhora da Luz, dando-nos a graça de descobrir que o resgate ou a saída estão logo ali.

Rezemos juntos:

Nossa Senhora da Luz,

Obedecendo à lei mosaica, levastes ao templo vosso Divino Filho, a Luz do mundo.

Sede brilhante farol que, por meio das brumas e tempestades da vida, nos guie incólumes ao porto seguro do céu.

Somos vossos filhos, guiai-nos!

Dai-nos espírito de obediência filial a Deus e à Igreja!

Preservai-nos da impureza!

Concedei-nos a Luz da Fé e inflamai nosso coração com o fogo divino, Para sempre amarmos a Jesus, tornando-O amado por todos.

Amém.

Fonte: https://pt.aleteia.org